Tesoura AGF em ação

O primeiro lote de seis aviões sucateados de Vasp – extinta em 2005 – deve começar a ser destruído na próxima semana no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A empresa campineira Renco Máquinas e Equipamentos foi contratada para executar a obra de corte e demolição da carcaça dos aviões, que ocupam uma área de 170 mil metros quadrados no terminal. A Vasp tem outros 21 aviões sem condições de vôo espalhados por diversos aeroportos no País, inclusive no terminal de Viracopos, em Campinas, onde está um boeing 732. O trabalho deve durar no máximo 20 dias. Ainda não há previsão para a execução do mesmo trabalho em outros lotes. A carcaça dos aviões abandonados será vendida ao mercado industrial.

Ao todo, 119 aeronaves serão destruídas dentro do programa Espaço Livre, lançado no início do ano, pelo Conselho Nacional de Justiça. Com isso, a medida deve liberar espaço para operação de aeronaves, em um momento em que os terminais brasileiros atravessam uma fase de crescimento e sobrecarga da estrutura disponível. Só no terminal de Campinas, sete aviões ocupam uma área de aproximadamente sete mil metros quadrados. A intenção é usar esse espaço para o estacionamento de jatos executivos.

Corte

 

Antes de serem cortadas, as aeronaves passarão por uma avaliação para verificar a existência de resíduos químicos, explicou o diretor da Renco, Anselmo D’Almeida. A empresa utilizará uma escavadeira – de 22 toneladas e com alcance de nove metros e meio de altura – onde será acoplada uma tesoura hidráulica de duas toneladas, que cortará as aeronaves. O planejamento é fazer um revisão a cada dois dias. Quadro pessoas trabalharão na demolição, cujo corte começará pela cauda das aeronaves. “Todos os equipamentos, com os eletrônicos e assentos, foram retirados. Só existe o casco do avião”, disse o diretor.

A Renco foi contratada pela empresa vencedora da licitação para executar o serviço devido à experiência com cortes e sucateamento de navios. “Desde junho estamos fazendo o mesmo trabalho em um navio ancorado em um estaleiro em Angra dos Reis”, disse D’Almeida. A fuselagem será condicionada dentro de caçambas e, em princípio, alojada em galpões da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para leilão.

A Justiça tentou leiloar as aeronaves inteiras, mas não houve interessados. A Infraero informou que o custo médio da diária de permanência destes aviões nos aeroportos é de R$ 230,00 reais. Após a sucata ser leiloada para pagamento de dívidas, parte do dinheiro será reservada para o pagamento das diárias nos aeroportos.

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